Com o avanço acelerado da tecnologia no setor financeiro, novas formas de pagamento estão se consolidando no dia a dia do consumidor brasileiro. Os pagamentos por aproximação e o uso de carteiras digitais vêm ganhando espaço, reduzindo a dependência dos tradicionais cartões físicos.
Além da praticidade, fatores como segurança, agilidade e integração com dispositivos móveis impulsionam essa mudança de comportamento. Mas o que isso significa para os cartões físicos? Estão com os dias contados ou terão novos papéis no futuro?
O crescimento dos pagamentos por aproximação

Nos últimos anos, os pagamentos por aproximação se tornaram um dos métodos mais populares no país. A pandemia acelerou a adoção dessa tecnologia, pois reduzia o contato físico em ambientes como supermercados, farmácias e transporte público. Hoje, a maioria dos estabelecimentos já aceita esse formato como padrão.
Os pagamentos por aproximação funcionam por meio da tecnologia NFC (Near Field Communication), que permite a troca de dados entre o cartão ou dispositivo e a maquininha de forma segura. Em segundos, a transação é autorizada sem a necessidade de senha para valores dentro do limite permitido, proporcionando uma experiência rápida e eficiente.
Popularização no varejo e entre usuários
Empresas de todos os portes se adaptaram ao modelo sem contato, e os consumidores logo perceberam suas vantagens. O Brasil rapidamente se destacou como um dos países com maior volume de pagamentos por aproximação na América Latina. Com isso, novos hábitos se consolidaram no cotidiano.
A praticidade também se expandiu para o transporte público em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, onde o uso do cartão ou celular com aproximação já substitui bilhetes tradicionais. Esse movimento reforça a integração dos pagamentos por aproximação à mobilidade e aos serviços urbanos.
Carteiras digitais: o smartphone como centro da vida financeira
Além da aproximação com cartões, o uso de carteiras digitais explodiu. Aplicativos como Apple Pay, Google Wallet, Samsung Pay, além das próprias carteiras de bancos e fintechs, passaram a oferecer experiências completas de pagamento diretamente no celular ou smartwatch.
Com a digitalização dos serviços financeiros, os pagamentos por aproximação passaram a ser feitos sem o cartão físico. Basta desbloquear o celular ou relógio e aproximar do terminal. A autenticação por biometria ou reconhecimento facial adiciona uma camada extra de segurança ao processo.
Integração com contas e benefícios personalizados
As carteiras digitais não são apenas uma alternativa ao cartão físico — elas expandem sua funcionalidade. Muitos aplicativos oferecem organização por categorias de gastos, alertas de consumo e integração com programas de fidelidade.
Além disso, as carteiras estão cada vez mais conectadas a promoções específicas, cashback em estabelecimentos parceiros e facilidades como parcelamento de compras e pagamentos recorrentes. Essa centralização atrai consumidores que valorizam agilidade e personalização na experiência de compra.
O futuro dos cartões físicos no Brasil
Com tantas inovações digitais, é natural que surja a dúvida: os cartões físicos vão desaparecer? Embora sua presença venha diminuindo, ainda há espaço para o formato tradicional, especialmente entre públicos que não aderiram totalmente à digitalização ou que enfrentam dificuldades de acesso à tecnologia.
No entanto, é inegável que os pagamentos por aproximação e as carteiras digitais estão redefinindo o papel dos cartões físicos. Eles tendem a se tornar uma solução secundária ou emergencial, sendo utilizados apenas quando os dispositivos principais não estão disponíveis.
Transição gradual e desafios de inclusão
O Brasil é um país com ampla desigualdade de acesso à tecnologia. Muitos brasileiros ainda não têm smartphones compatíveis com NFC ou conexão estável à internet. Nesse contexto, os cartões físicos permanecem essenciais para garantir inclusão financeira em regiões menos digitalizadas.
Portanto, o processo de transição será gradual e desigual. Enquanto uma parcela da população se adapta aos pagamentos por aproximação com facilidade, outra ainda depende da forma física como principal meio de pagamento. O desafio está em garantir que a inovação avance sem deixar ninguém para trás.
Comparativo entre cartões físicos, aproximação com cartão e carteiras digitais
Para entender o ritmo dessa transformação, é importante comparar as principais características dos métodos de pagamento mais usados hoje. Cada modelo oferece vantagens e limitações que influenciam diretamente a experiência do consumidor. A seguir, veja um panorama atualizado das diferenças entre eles em 2025:
Característica | Cartão Físico Tradicional | Cartão com Aproximação | Carteira Digital no Celular |
---|---|---|---|
Tempo médio da transação | 12 segundos | 5 segundos | 3 segundos |
Necessidade de senha | Sim | Não (para valores baixos) | Não (com biometria) |
Nível de segurança | Médio | Alto | Muito alto |
Integração com apps e benefícios | Limitada | Moderada | Alta |
Sustentabilidade ambiental | Baixa | Média | Alta |
Este comparativo mostra como os pagamentos por aproximação e as carteiras digitais oferecem uma experiência mais ágil, segura e sustentável. Os cartões físicos ainda têm sua função, mas o cenário aponta para um futuro cada vez mais digital.
Segurança como pilar da nova era
Um dos fatores que aceleram a migração para meios digitais é a segurança. Os pagamentos por aproximação, quando feitos por smartphones, contam com autenticação biométrica e criptografia de ponta. Mesmo os cartões físicos com tecnologia NFC são mais seguros que o método tradicional com tarja magnética.
Além disso, em casos de perda ou roubo, os pagamentos por aproximação feitos por celular podem ser imediatamente bloqueados de forma remota, o que reduz riscos e agiliza a reação do usuário. As carteiras digitais ainda monitoram tentativas de fraude em tempo real, reforçando a confiança no uso contínuo.
Redução de fraudes presenciais
Outro benefício importante é a redução de fraudes com cartões clonados ou roubados. A substituição do cartão físico por um token digital exclusivo em cada compra impede que os dados reais sejam compartilhados. Isso neutraliza boa parte dos golpes que ainda ocorrem em maquininhas alteradas ou ambientes inseguros.
Por esses motivos, os bancos e emissores vêm incentivando fortemente os pagamentos por aproximação como padrão. A combinação de rapidez, segurança e praticidade tende a se tornar dominante em todos os segmentos de consumo.
Tendências que devem marcar os próximos anos
Entre as principais tendências está a ampliação do uso de wearables — como smartwatches e pulseiras com pagamento por aproximação. Esses dispositivos vêm sendo adotados por usuários que buscam ainda mais praticidade, sem depender do celular ou carteira física.
Outra expectativa é a consolidação de carteiras digitais integradas a contas bancárias, programas de pontos, identificação pessoal e até acesso ao transporte público e eventos. Em poucos anos, os pagamentos por aproximação poderão envolver não apenas transações financeiras, mas também autenticação em serviços diversos.
O papel dos bancos e fintechs
Instituições financeiras estão investindo pesado em educação digital, parcerias tecnológicas e expansão da aceitação. Bancos digitais lideram esse movimento, mas até os grandes bancos tradicionais vêm atualizando suas soluções para tornar os pagamentos por aproximação mais acessíveis.
A inclusão de cartões virtuais e a emissão instantânea via app facilitam o início do uso, mesmo por quem não tem experiência anterior. A estratégia é tornar os cartões físicos obsoletos de forma natural, por meio de conveniência e valor agregado.